Cai

Finalmente. Finalmente posso resfriar o meu corpo. Mas ainda mais importante e benfeitor é a remoção do sal da minha face. As lágrimas acabaram por torná-la de um gosto extremamente desagradável. Nem eu podia mais suportar... Mas finalmente a chuva. Finalmente a chuva veio para acalentar-me, limpar-me por completo, excluindo minhas impurezas aparentes e tornando tudo mais possível.
Ela cai devagar, mas carregada. Suas gotas notavelmente espessas molham muito mais do que aparentam. Mas não chega a doer, não, pela lentidão em que chegam, apenas amortecem a pele, massageando-me de forma nem um pouco uniforme. É estranho como o céu participa da minha amargura, pôe-se a chorar como um grande companheiro, mas assim, eu paro.

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