Reunião dos pensamentos

  • Tudo tão silencioso. É horrível ouvir nada além da minha própria respiração. Nenhum pensamento bom decide me visitar. Somente desejos de morte. É realmente uma pena que pessoas ainda dependam de mim. Mas são pessoas velhas. Ok, há somente uma. Apenas minha mãe. Ela diz que são os filhos que enterram os pais, e não o contrário. Não quero decepcioná-la dessa maneira. Ela não agüentaria tal dor. E também não faz sentido que ela sofra, não é culpa dela. Tudo é culpa minha.
  • Eu escolhi no que acreditar, com o que me importar e como me portar. Ninguém além de mim pode ter o prazer de se culpar pela minha morte. Todos os seus conselhos, suas posições, suas "influências” nada mais foram do que obstáculos observados e desviados.
    Note que sou um exímio observador. Muitas de minhas ações só servem para estudar as reações. Agrada-me muito ver como diferentes tipos de pessoas reagem de formas tão variadas.
  • Encontrei um problema em minha pesquisa. As pessoas se apegam demais. São horrendamente sentimentais! Se vocês ficarem tristes, eu ganho. Signifiquei algo. Mexi e te fiz pensar. Fiz-te mudar de idéia e te fiz se sentir melhor. Ou talvez você seja apenas um chorão que sofre com o mal de qualquer um. Se você ficar feliz, significa que eu te libertei; Agora você pode ser feliz, foi-se o empecilho que te impedia de sorrir. Eu te bloqueava, mas agora me fui. Ganhando. Se você ficar indiferente, perfeito! Eu estava me estudando, e não a você. Eras um experimento para o meu aprimoramento. O meu desenvolvimento pessoal.
  • Precisaria eu agora me isolar. Não há mais jubilo em nada que eu faço. Tudo que parece novo logo é desmascarado e descobre-se um mesmo fato já conhecido, porém disfarçado. Precisaria de novas idéias, novas pessoas, novos contatos. Essas felicidades mesquinhas não me apetecem mais. A rotina não me serve. Prefiro morrer. Preciso morrer.
  • Preciso de álcool. Ah! Como ele me fortalece. Esconde-me do mundo injusto e fantasioso do ser humano. Quero comer, quero beber, quero correr, nadar, olhar, tocar e sentir.
  • Tendo por afastar todos aqueles que acabam por me fazer bem. Que tipo de idiota eu sou? Por que não me deixo feliz quando assim me deixam? Por que não consigo aceitar a felicidade? Tenho o acesso, o transporte, o álcool, as garotas, e mesmo assim! Mesmo assim não consigo encontrá-la!
  • Como é difícil mantê-la! Ás vezes gostaria de ser mais ignorante e conseguir aproveitar um pouco da felicidade os tolos. Preciso me apaixonar novamente. Perdi o tesão pelas coisas... Perdi o tesão pela vida.
  • São tantos ao meu redor. E Mesmo assim me sinto tão solitário. Todas as vozes soam indiferentes. Não notam minha presença. Virei invisível. Quando ocasionalmente um esbarrão acontece, eu vou logo sorrindo, enquanto eles nem um pouco se alteram.
  • Sou respondido com olhares, nunca com palavras. Olhares de repreensão, de pena e apatia.
  • Tenho problemas em decidir qual é mais maléfico para mim; a rotina ou o ócio. Quão gloriosa se vê a morte.
  • Quando você vem animado para me contar alguma coisa e ~ não significa nada para mim. Não me importam as tuas conquistas, não me importa o teu status. Leave me alone e me deixa morrer.
  • We have to enjoy the little things, and live Day by Day. Grandiosidades não me encantam, disso eu já sabia. Na tentativa de ser diferente, adaptei-me a agir sem me exaltar perante grandes situações, mas a fazer tempestade em copo d’água, quando me conviesse.
  • Conheci uma garota, esses dias. Fui bem feliz ao lado dela. Ela é toda polivalente e multihabilidosa como eu. Uma semi-halfling com 16+ em todos os atributos. Sua voz compara-se a Jónsi, sua graciosidade supera de longe Svetlana Zakharova ! Achei que a princesa finalmente fosse ser substituída, mas não. Passei maravilhosos quatro dias com ela e pude aproveitar cada momento. No entanto, como se nada tivesse acontecido. Quero sentir sua falta. Quero tornar a vê-la, mas por que não consigo? Não me julgo bom o suficiente para ela? Não quero enganá-la como fiz com todas as outras? Mas... e se ela for diferente? E se eu fosse, de fato, capaz de amar? De colocar outro na minha frente? Deixar o egoísmo de lado. Sair do primeiro plano.
  • Não consigo sentir frio. Quero ser aquecido, mas já estou quente. O quê é exatamente que me falta, além de gasolina, compaixão e álcool? Eu sei que o sou, não cansam de me dizer. Então porque meu tato falha ao me informar isso? Por que oculto isso de mim mesmo? Até aonde pretendo ir com toda essa auto-sabotagem? Porque não consigo morrer?

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