como continuar ?

Perdi tudo. As recompensas nunca vieram como me foi prometido. Cada detalhezinho superficial foi, em suas minúcias, o suficiente para me desmontar por completo. Traído por todos que me rondavam, sem nem menos desconfiar o motivo, desequilibrei-me. Não calculava mais as conseqüências. Comeria tudo o que estivesse ao alcance e me apetecesse. Não importando a dor ou se vai fazer mal agora ou depois. A gula desenfreada não permite lapsos. O achocolatado com leite vai aos litros, pobre estômago. Mesmo não sendo muito apreciador das gorduras concentradas, a quantidade exagerada das ‘diluidas’ não deixa o mal ficar para trás. Mais simples é impossível; ou acaba a comida, ou o dinheiro. Só assim consigo parar.

O cansaço extenuante inibe meu progresso nos estudos e no trabalho. Custo a pegar no sono; a insônia volta e meia aparece quando mais preciso dormir. Acordo exausto e sem vontade de fazer nada. O esforço para levantar é feroz. Com o blackout tampando completamente a entrada de luz no quarto, parece que é noite o tempo todo, mas o relógio não se engana. É sim hora de se levantar. O caminhar vagaroso até o banheiro parece ser de vários kilometros. Arrastando meus pés despidos no piso gelado, chego a arrepiar-me antes mesmo de alcançar a pia. Felizmente o choque térmico com a água nada tépida me desperta; hora de acordar! Várias xícaras de café são necessárias para agüentar todo o estresse matinal. Não foi pra isso que me inscrevi, não estou licenciado a exercer essa função e não gosto nem um pouco de ter de fazê-la. Flexibilidade tem limite.

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