Fui procurar minha mãe, não sei muito bem o porquê. Tive que subir dois lances de escada, apenas; todos muito sorridentes e ocupados. No corredor de filosofia, cursos de pós-graduação também têm suas aulas, e foi ao acaso que encontrei meu professor de antropologia. Sua aula já havia acabado e enquanto alguns partiam, outros se deliciavam com os quitutes que sempre trazem para a aula. Antes mesmo de chegar perto, ele se adiantou:
-Pô, Guilherme! Não aparece mais nas minhas aulas... Virou visitante?
-Ah, professor... eu só tenho a sua aula na quarta, então é mais complicado pra mim. Mas na verdade eu ando meio desanimado – Já não conseguia olhar direito para os seus olhos. Eu estava esgotado.
-Ah, andou tirando alguma nota baixa ou ta com assunto acumulado? Você não veio ontem, mas eu entreguei as provas, acho que você tirou uns nove e meio.
-Não é só isso, professor, eu tenho comido demais, não consigo me controlar! E depois fico mal porque o treino não rende.
-Isso é depressão, já tive disso. O cara vai lá, não come, fica fraco pro treino, desanima, come um monte porque ta triste. Ou então faz um treino bom, fica todo alegre, vai lá e comemora comendo. É foda, mas eu também era ansioso. isso é ansiedade. Terapia ajuda. Acredite, conversar com alguém pelo menos uma vez por semana... você vai ver como melhora.
Eu ainda estava pensando na terceira palavra que ele me disse. Depressão. Puta que pariu! Depressão? Logo eu? Nunca ninguém me disse isso. Sempre foi tudo uma brincadeira. Mas a forma como o professor expressou sua opinião, usando a palavra mais umas duas vezes... parei de respirar. Meus olhos se encheram de lágrimas. Quis soluçar, chorar, abraçar... Há quanto tempo não choro? Há quanto tempo tenho mantido essas mágoas para mim? Porque logo aqui? Tem muitos terceiros por perto, minha mãe aparece saindo de uma sala e me vê aos prantos nos braços do professor. Puta que pariu, mano. Foi foda.
-Pô, Guilherme! Não aparece mais nas minhas aulas... Virou visitante?
-Ah, professor... eu só tenho a sua aula na quarta, então é mais complicado pra mim. Mas na verdade eu ando meio desanimado – Já não conseguia olhar direito para os seus olhos. Eu estava esgotado.
-Ah, andou tirando alguma nota baixa ou ta com assunto acumulado? Você não veio ontem, mas eu entreguei as provas, acho que você tirou uns nove e meio.
-Não é só isso, professor, eu tenho comido demais, não consigo me controlar! E depois fico mal porque o treino não rende.
-Isso é depressão, já tive disso. O cara vai lá, não come, fica fraco pro treino, desanima, come um monte porque ta triste. Ou então faz um treino bom, fica todo alegre, vai lá e comemora comendo. É foda, mas eu também era ansioso. isso é ansiedade. Terapia ajuda. Acredite, conversar com alguém pelo menos uma vez por semana... você vai ver como melhora.
Eu ainda estava pensando na terceira palavra que ele me disse. Depressão. Puta que pariu! Depressão? Logo eu? Nunca ninguém me disse isso. Sempre foi tudo uma brincadeira. Mas a forma como o professor expressou sua opinião, usando a palavra mais umas duas vezes... parei de respirar. Meus olhos se encheram de lágrimas. Quis soluçar, chorar, abraçar... Há quanto tempo não choro? Há quanto tempo tenho mantido essas mágoas para mim? Porque logo aqui? Tem muitos terceiros por perto, minha mãe aparece saindo de uma sala e me vê aos prantos nos braços do professor. Puta que pariu, mano. Foi foda.
2 comentários:
im surprised
Tá aí algo que vou conversar contigo na próxima vez que nos encontrarmos.
Postar um comentário