a new notebook

Sabe aquela sensação de caderno novo? Onde nos esforçamos para manter as coisas organizadas e ‘limpas’? Pode-se dizer que eu me sinto renovado deste modo. Passada a borracha... aliás, nem isso. Simplesmente comprando um caderno novo e disposto a organizar-me novamente. Já fiz isso antes, inúmeras vezes. Já abandonei todas as (falsas) esperanças e parti pra outra, ignorando totalmente o recente passado. Deixando assim, coisas para trás, coisas que na hora faziam total sentido, valeram à pena, but not anymore.
Cada parágrafo novo, uma leve mudança no ponto de vista, uma deixa para calcular possibilidades adversas. Todo novo capítulo, uma reviravolta. Externos irão interferir por definição – quando a vida lhe parecer justa demais, desista. Onde está a graça do não-desafio? Nesses novos parágrafos, teorias e explicações são formuladas e repensadas. O objetivo final permanece, apenas com mais vírgulas e pormenores. Isso tudo é muito bom, mas caso você não o fizer EXTRAORDINÁRIO, logo se cansará e assim, todo o tesão de dissipará em forma de angústia e solidão. É preciso saber jogar, ser seu próprio DM imparcial. Sei muito bem de minhas limitações costumeiras de qualquer dominador.
A felicidade real está com o novo caderno. Supondo que tenhamos finalizado de forma a nos agradar, fechamos mais um capítulo de nossas vidas, a saída de um emprego, o término de um curso... qualquer conclusão é válida, desde que você saiba exatamente o epílogo por completo e que nada tenha ficado para trás (...) Sabemos que isso é muito improvável de acontecer. Machado de Assis era um desses que não concordava comigo. ‘Deve-se deixar sempre a dúvida. Fazê-los pensar ainda por muito, depois de terminarem o livro’. Basta que tragamos isso à realidade para percebermos que existe em cada um dos cadernos aí por fora vários questionamentos: “E se eu tivesse ido falar com ela?”, “Como seria se eu não tivesse saído de casa para morar com meus avós?” e até mesmo “Será que ele ainda me ama?”. Todos ótimos exemplos de desfechos mal resolvidos que podem vir à tona nos seus próximos cadernos. Alegre-se por isso, remembers podem ser often divertidos.

Eu enrolo demais. São dezenas de cadernos pela metade, parágrafos inacabados... me sinto o próprio Kafka e como o odeio por isso. O que é bom dura pouco, ou o necessário? Usufruamos como possível cada partículazinha. Tudo é aprendizagem. Tudo é oportunidade de crescer, de uma forma ou de outra. "O Captain! My Captain!"

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