Carência

Eu preciso de alguém. Alguém que me ouça. Sempre tenho muito a dizer. Às vezes sou feliz apenas dizendo coisas para mim mesmo – na verdade criamos aqui um paradoxo; para contar algo para alguém, é necessário que eu, primeiramente, saiba o que desejo contar, no entanto, como estarei falando para mim mesmo, apenas perderei tempo me dizendo algo que já sei, caso contrário, não poderia nem sequer pensá-lo – mas puxa vida, como gosto de ser ouvido. Já me peguei diversas vezes, no meio de um relatório, fugindo, mentalmente, do assunto que estava saindo pela boca e me perguntando ‘Porque estou fazendo isso?’, ‘Quem são essas pessoas e porque devo satisfações á elas?’ e ‘Como pude me distrair quando eu é que sou o orador dessa prosa?’! É o maldito senso de razão e sentido. O mesmo que me impede de sorrir, quando apenas os tolos o fazem.

Preciso de alguém que não exista para si. Que exista apenas para mim. Não 24h por dia, isso seria egoísmo, apenas quando necessário. No meio dia, para almoçar comigo e não me deixar comer demais; de tarde, quando reclamo do mundo e da quão injusta é a vida; e de noite, para acalentar meu pranto sob lamúrias incessantes. Preciso de você! Ontem e sempre.

2 comentários:

mark disse...

http://www.youtube.com/watch?v=0NOrg2iwPv0

You know... disse...

Sempre quando quiser conversar comigo estarei disposta a conversar com vc. :).

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