Em que situação que estou... Em casa, não ouço mais nada além do latido incessante do cachorro deveras irritante e as reclamações e de lamúria da mãe; não recebera o pagamento e então punha-se a chorar pelos cantos. O tempo todo choramingando e o fazendo ainda mais alto quando percebia que eu me aproximava. Nenhum lugar da casa estava em silêncio. Isso acabava comigo. A chuva lá fora parou de me impedir com que eu para lá fosse. Melhor ficar molhado e ouvir apenas o som da água. Bem melhor. A borboleta branca não mais passa por aqui.
Do outro estado, a irmã liga aos prantos! Me deixa voltar pra casa, não aguento mais! Dizia ela. Era o fim de seu noivado e estaria voltando pra casa nas próximas horas. Ou pelo menos assim ela disse. O ex é que estava com seu carro! Ainda mais longe do que nós, pareceu-me. A mãe então é que iria ter que buscá-la, desmarcando qualquer agenda que pudesse ter. E quem perdia com isso era eu. Pelo fato da mãe ter usado o meu carro na noite passada, ficara sem gasolina para qualquer coisa! E o dinheiro não havia saído. Ilhado... Ilhado na chuva. Não poderia ir com o próprio carro visitar a amada que para lhe ser franco, não esperava sua visita. Julgava inclusive ser melhor para ambos que não se vissem. Ele insistira, em vão. Tudo parecia irritá-la ainda mais. De todas as dores, essa definitivamente era a pior. Não conseguia animar sua única pontinha de esperança. Seu único motivo para lembrar de sorrir.
Mas não, ele não desistiu.
3 comentários:
Me espanto quando percebo que prefiro você triste..
"melhor ficar molhado e ouvir apenas o som da agua..."
se parece comigo. Ando chuva para escutar seus som, para me escutar e lavar alma... arrumar forças para não desistir.
Gostei daqui, voltarei =*
puxa que texto bonito....
lembro bem desse dia, chovia muito por aí?
Postar um comentário