—Ouvi dizer que será muito legal! Pra
falar a verdade, há algumas semanas eu fui lá, mas era algo mais reservado. Só
estacionava carro Top Line!
Tratava-se de um flat com uma vasta
adega e água tônica aos montes! Ficamos pouco tempo, é verdade, mas foi inesquecível!
Sinto que dessa vez será ainda melhor!
Oliver
tentava persuadir seus amigos para irem nessa festa que prometia ser "do
caralho", embora ele mesmo não tivesse tanta certeza assim do que
ocorreria, na verdade. —Tá, então vamos, né! Respondeu-lhe
Bruna, sem muita convicção, mas animada com a possibilidade de continuar no
embalo. Acompanhada de seu marido e o irmão dele, embarcaram os quatro em uma
belíssima voiture française e
partiram em direção ao evento!
—TXR? mas isso não é
nome de motocicleta? indagavam todos, com exceção de Oliver, que supostamente
sabia de alguma coisa. —Ah, todo mundo
estava falando, lá dentro. Parece que tinha até evento no Face. E tinha mesmo. 'Amazin
Day!' uma festa diurna que daria sequencia ao evento n'O Jardim, na noite
passada. Mas o que Oliver estava prestes a vivenciar, ele não esperava nem em
100 vidas.
Chegaram ao local passava pouco das 8
da manhã. Foram umas boas 10 verstas para atravessar a cidade, mas o trânsito
era tranquilo, nessa hora do dia. Alguns carros aguardavam do lado de fora, o
que era estranho, pois havia estacionamento interno. Os semblantes dos já
presentes também não era o dos melhores. A dúvida pairava. —Vamos descer e dar uma averiguada, concordaram.
—Bom, eu reconheço aquele cara ali e
esse outro também. Mas não sei por que ainda não entraram... Os nervos do
pessoal variavam entre a euforia e o desespero, a ansiedade e o ódio(!). Parece
que o evento só teria seu início a partir das 11 horas. Faltava ainda mais de
duas horas para que pudessem entrar e descobrir o intuito do evento - que por
hora era apenas de alta irritabilidade para os mais apressados. Muitos foram
embora pra casa, alguns mataram tempo na lanchonete da esquina (coitado do
dono, certamente não estava aguardando clientes naquela direção - pra frente),
e um grande pessoal ficou por ali mesmo, próximo da entrada. Música nos carros
havia pouca. Parecia ser um ambiente residencial, embora a TRX fosse uma casa
de eventos, portanto, comportaram-se o tanto quanto era possível para não atrair
a atenção das forças legais. —E
aí, Oliver, vamos ficar aqui? Tá podre! fazia sentido. "Mas nãão!
Fiquemos! Sei que vai dar boa! Não podem esperar um pouco mais? A resposta era
não. E tão logo lhes assegurou que daria um jeito de chegar são e salvo em casa
- não importando o horário, partiram! E aí a coisa muda de figura.
Beleza, e agora? Não encontro o Doug,
antes das 11 não vai ter jeito mesmo
de entrar. Se bem que eu ainda tenho essa meia garrafa de vodka aqui... Argh!
Puritana a bixa é braba! Não rola. Então vamos recapitular: lá está o Cris e
aquele cara louco... o "lutador" também está por ali, patricinhas
cheias de merda e as emos que quebram tudo... Opa, o maluco do alargador tá
ali. —E aí cara, tudo
certo? 'Tão, só às 11h a parada aí. Não quer descer lá e buscar uns energéticos
pra nós, para que possamos terminar isso aqui? Puro assim não dá. Até já! Cara
engraçado. Ele é daqueles fortinhos assim que não são muito altos; boas
companhias. No carro com ele, mais três gurias, salvo engano. Não reconheceria
nenhuma delas, se aparecessem na minha frente novamente. Paga preço. Mas ei,
que carro é aquele(!), apareceu agora. Saveiro vermelha, certeza que tem som. Um
cara e duas minas, como couberam? "Ai amiga, tô com muito frio!",
dizia uma delas, abraçando-se na tentativa falha de se esquentar. Vestia um
cropped cor bege, rosa claro, cor-de-pele (essas que homens não sabem
diferenciar, sabem?) e uma saia longa preta com corte lateral, deixando exposta
uma de suas belas pernas;, firme e modelada. Os óculos delatavam sua altitude,
assim como seus curtos, porém frenéticos movimentos - alguns diriam até mesmo
espasmos - em resposta à música que tocava com grave digno, na Saveiro. Pensei
com meu zíper, "Essa jaqueta não me serviu de bosta nenhuma, durante a
noite, finalmente terá uso". Aproximei-me das duas sem dizer nenhuma
palavra, tirei a jaqueta e gentilmente a coloquei nos ombros da bela morena de
cabelos longos e escuros. A reação fora positiva e eu voltei a me afastar,
voltando pra perto da garrafa. Pena mesmo que a garrafa andou sozinha e
consegui acertá-la, tão levemente que parecia que caia em câmera lenta. Mas não
foi. Caiu e quebrou, derramando mililitros precisos que puta que pariu(!), onde
eu iria arranjar de volta, agora que os energéticos estavam chegando? Tentei
salvar um pouco, mas devido a possíveis fragmentos minúsculos de vidros que não
cansavam de rasgar-me as entranhas, a deusa amazona não me deixou tomar.
Detentora da jaqueta nem tão cara assim, julgava exercer certo poder sobre mim.
Ela ainda não sabia que estava correta. "Que fase", foi o que
consegui proferir. Paguei preço.
—Ô, qual que é teu nome? Ai, Gui, to
muito louca! Que chato que só vai abrir às 11, né? Meeu, tem uma hora ainda pra
gente ficar aqui, viajando. Ô amiga, por que ele não fala comigo? Que cara
chato, né... Ai, preciso ir ao banheiro. E foi. Parece-me então que a menina
não parava de falar, ou pelo menos até que a bixiga falasse mais alto. Subiu em
um dos apartamentos da rua, com uma garota que ali morava e foi voltar só mais
perto das 11. Nesse meio tempo fiz amizade com o casal. Parece que haviam
também se conhecido naquele dia, e coincidência ou não, estávamos na mesma
festa, antes. Eu me lembrava de pouca coisa e vou lembrar de ainda menos disso
que vai acontecer agora, mas não tem problema. Prazer, prazer. Daora o carro.
Legal, legal. Onze horas. Finalmente bateu e eu já estava sem camisa,
derretendo. Aquela Afrodite mulata já havia voltado e estava ali, ansiosa.
Tentei acalmá-la, aproximei-me e a beijei. Ela beijou de volta; fogos de
artifício. Seus olhos que me devoravam, seu toque, sua boca na minha, que
loucura. Locura que eu não conhecia o preço a ser pago. (***) Vamos entrar? Mas
peraí, como assim tem que pagar? Meu corpo não está preparado para isso!
"Ei cara, vi que você tá sem dinheiro, mas eu troco esses energéticos aí pela
sua entrada, o que me diz, hein?" E eu lá tive escolha? #Partiu
Lá dentro era demais. Dois ambientes,
algumas antessalas e uma formosa escada de madeira que levava ao deck. O brilho
do sol escaldante refletia na água da piscina e abria o sorriso de todos os presentes.
A vibe era insana. Andava por aí com a Pocahontas brasileira e consegui,
mediante contrato verbal com Cris, um combo para finalmente diluir os
energéticos do cara-do-alargador. Paguei preço. Lá pelas tantas decidi que era
hora de sentar e dar uma recuperada (leia-se 90 minutos de soneca sem baba no
sofá à beira da piscina. Acordei, mas não vi ninguém me olhando. Não parecia
que eu havia sido sacaneado e de longe pude avistar my Nigga apontando e rindo
pra mim, heh. Já era "tarde" e os amigos da índiazinha de canga preta
estavam de saída. "Você vem com a gente?" perguntaram à ela.
"Não sei..." eu precisava fazer algo. "Fique! Eu te dou carona
pra casa, depois!" ela não precisava saber que eu não estava em condições
de dirigir e muito menos ainda que nem de carro eu estava! Heh. Pois que
ficamos ainda mais um tempo por lá, até que por volta das 20h, o som parou.
Assim como nossas energias. Era hora de voltar pra casa e quelle surprise
quando my Nigga se propôs a nos levar para casa (UFA). Éramos 4, então. Dois
casais no pugzinho, rumo ao infinito. Mentira, só nos deliveries para o repouso
final. Sei que lá pelas tantas, a nega do molejo mole pergunta à loira:
"Ai amiga, desculpa, mas como que é teu nome, mesmo?",
"Priscila, muito prazer!". A hora era agora. Nem titubeei e já
lancei: "Priscila, agora seria de bom tom que você perguntasse à jovem
dama, qual o seu nome". Vitória! Óbvio que ela percebeu meu vacilo na
hora, mas foi gentil o suficiente pra tomar tudo como uma grande brincadeira. À
porta de sua casa, mais beijos e a troca de números que possibilitaria todo um
novo mundo de experiências e romances... #xonei <3 o:p="">